domingo, 18 de outubro de 2009

Leandro Almeida: 'Shevchenko é o único assediado'

KIEV (Ucrânia) - Muito se falou, quando Barcelona e Dynamo Kiev se enfrentaram, pela segunda rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, que era o duelo 'Betão versus Messi', ou mesmo 'Betão versus Ibrahimovic'. Sim, o zagueiro que atuou por Corinthians e Santos protagonizou o duelo 'esperado'.

Porém, só a partir do segundo tempo, quando Betão entrou no lugar de Gerson Magrão. Antes, o zagueiro Leandro Almeida é que teve a tarefa de parar o decantado ataque barcelonista. Recém-chegado do Atlético Mineiro ao Dynamo, o jogador de 22 anos já tem presença frequente como titular do setor defensivo, na equipe de Valery Gazzaev. E falou à Trivela sobre seus primeiros tempos na Ucrânia - e até sobre o clube brasileiro onde começou a carreira:

Você vê a Ucrânia como ponte para uma liga maior da Europa ou apenas como uma boa oportunidade financeira?

As duas coisas. Vim para a Ucrânia tanto pela parte financeira, que é excelente, quanto pelo fato do Dynamo atuar pela Liga dos Campeões, o que é um sonho e, além disso, serve de vitrine para que eu possa conseguir uma oportunidade em outra equipe.

Você viveu uma situação curiosa ano passado, sendo artilheiro do Atlético no Brasileiro, mesmo como zagueiro. Sempre teve vocação para o gol?

Sim. Desde as categorias de base, costumava treinar jogadas com bola parada, cobranças de falta e escanteios. Além disso, gostava de ir ao ataque, pois poderia ser útil e ajudar o time. Com a ajuda de Deus, fui ficando melhor nestes aspectos.

Fale um pouco sobre a experiência de enfrentar o Barcelona no Camp Nou, ficando frente a frente com jogadores como Messi e Ibrahimovic.

Foi uma experiência muito boa. Logo no meu primeiro ano aqui, pude enfrentar o Barcelona, que acho ser o melhor time do mundo, atualmente. Tudo isso serviu como experiência, ainda que o resultado não tenha sido o esperado.

Mesmo após a derrota para o Barcelona, a vitória sobre o Rubin Kazan deixa esperanças de que o time possa brigar seriamente pela vaga nas oitavas de final da Liga dos Campeões?

Tanto o time quanto a comissão técnica sabem que a classificação para a próxima fase é difícil. Afinal de contas, a Internazionale tem uma equipe muito forte, e é nosso adversário nos próximos dois jogos. O objetivo até continua sendo classificar-se, mas é melhor irmos passo a passo.

Com poucos meses de Dynamo, vocês receberam o reforço do Shevchenko. Que importância o clube e a torcida deram à volta de um ídolo?

Foi uma festa enorme. Tanto na assinatura do contrato, quanto na estreia dele pela equipe, o estádio estava lotado. A torcida, realmente, dá a ele um tratamento de grande ídolo. Acho que aqui, na Ucrânia, o Shevchenko é o único jogador de futebol que é um pouco mais assediado pelos torcedores, fora de campo.Sobre a entrada dele no time, acho que vale muito, por causa da experiência dele. Por enquanto, ele conversa pouco, mas, pelo que dizem, ele gostou de voltar. Sua presença é fundamental para a melhora do time.

Outro grande ídolo da equipe é o goleiro Shovkovskiy, que está no clube por toda a sua carreira e é muito querido pela torcida, além de ter tido destaque no jogo contra o Barcelona. Ele auxilia muito a defesa, é de orientar os zagueiros?

Shovkovskiy é um goleiro excelente, mesmo. Tem muita qualidade, não é à toa que é o titular da seleção da Ucrânia. Com relação às orientações, ainda não compreendo muito, mas ele tem paciência, me explica tudo direitinho, até que eu entenda.

Como tem sido a adaptação ao país, tanto dentro como fora de campo? Ajuda conviver com Betão, já no clube há mais tempo?

Com certeza, a convivência ajuda. Em minha chegada, o clima ainda estava bastante quente, mas está esfriando, com a chegada do outono. Mas estou feliz, gostando, e pretendo ficar muito tempo aqui. E o Betão ajuda não só a mim, mas também ao Gerson Magrão. Quando há uma orientação que precisamos ouvir, o técnico o chama, para que ele possa ouvir as instruções e traduzir para nós.

Que impressões você teve do técnico Valery Gazzaev?

Ele trabalhou com outros brasileiros, em sua passagem pelo CSKA.Estou gostando muito dele. É um técnico que aparenta entender do assunto, e sabe como lidar com o time, por sua experiência do tempo de jogador. Os treinos dele têm muitos trabalhos táticos, e muitos treinos físicos, para que possamos aguentar um ritmo forte durante os noventa minutos.

A cobrança no Dynamo é maior pelo título nacional ou por uma boa campanha na Europa, especialmente depois que o Shakhtar ganhou a Copa Uefa?

Bem, a torcida já ficou feliz, com a chegada à Liga dos Campeões. Entretanto, há uma maior cobrança nela. Mesmo com a dificuldade da classificação, eles pedem, no mínimo, o terceiro lugar no grupo, que nos classificaria para a Liga Europa. Para o campeonato ucraniano, a pressão não é tão grande.

Após as nove primeiras rodadas, o Dynamo está na primeira posição do campeonato ucraniano, com 25 pontos, quatro à frente do Shakhtar. Na sua opinião, o time parece preparado para segurar a pressão do rival?

Sim, parece preparado. Será difícil, já que, além do campeonato, enfrentaremos o Shakhtar também pela Copa da Ucrânia (nas quartas de final). Mas o time está atento, e precisará ter firmeza para ganhar as competições aqui.

Está acompanhando a campanha do Atlético-MG no Brasileiro? O que tem este time que faltou aos times do Galo, nos últimos anos?

Estou acompanhando, sim. Até pelo fato dos treinos na Ucrânia serem dados mais tarde, às 17, 18h, eu posso voltar, assistir aos jogos e dormir depois. O Atlético mostra que está com uma equipe forte, que tem jogadores de qualidade. Acho que a diferença está nas peças de reposição que há agora. Por exemplo, no meio-campo: se o Éder Luís não está disponível, entra o Rentería. Se ele não estiver, vem o Alessandro. Essa reposição ajuda a manter o nível do time.

Fonte:http://esporte.ig.com.br/futebol/2009/10/15/leandro+almeida+shevchenko+e+o+unico+assediado+8836149.html

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